A Páscoa judaica, como Memorial de uma libertação, nos ajuda a compreender a originalidade e o ambiente cultural que surgiu a eucaristia. Páscoa possui duplo sentido, sendo Memorial festivo de um fato recordando a libertação do Egito e a conclusão da Aliança iniciada no Monte Sinai.
O passado e o presente se unem na esperança da vinda do Messias. A liturgia pascal judaica demonstra aspectos assumidos na eucaristia. A cerimônia começava com uma benção em um dia festivo feito pelo pai da família sobre um cálice com vinho, ervas amargas eram usadas com frutos do campo para relembrar o período do deserto. Páscoa, Passagem, a festa do Cordeiro e dos Pães Ázimos.
Em todos estes elementos invoca-se a vinda do Messias que levará a libertação total e definitiva. A Ceia tinha entre seus elementos o cordeiro, pães ázimos, ervas acompanhadas de vinho, salmos eram cantados para recordar e dar graças pelas maravilhas operadas por Deus em favor de seu povo. Todos estes alimentos são atualizados na celebração eucarística feita por Jesus e perpetuada pela comunidade apostólica.
Jesus Cristo não quis instituir uma Nova Páscoa ou substituir a dos judeus, mas realizou a sua plenitude, a celebração da verdadeira Páscoa, evento permanente e constitutivo da História da salvação, é a passagem do velho para o novo, um nova dinâmica profética de um anúncio futuro. É Memorial de um acontecimento que garante o futuro, o penhor de uma realidade futura, que se realizará na comunhão plena da humanidade e do universo com Deus e com os que acreditam e esperam.
Fonte: Sacramentos: Sete encontros com a ação do espírito Santo, de Antônio Carlos de Oliveira Souza (adaptado)
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