A conversão do escritor ateu André de Frossard diante do Santíssimo Sacramento teve uma grande repercussão em todo o mundo. Ele mesmo conta como converteu-se no seu livro “Deus existe, eu o encontrei” (1969). Toda a sua vida, não fez outra coisa que dizer: “Desde que eu encontrei Deus, eu não sou capaz de acostumar-me ao Seu mistério. Cada dia é uma novidade para mim. E se Deus existe, eu devo falar; se Cristo é o Filho de Deus, eu devo gritar; se existe a vida eterna, eu devo anunciar”.
"Entrei às 5:10 numa capela do bairro latino de Paris para procurar um amigo e saí às 5:15 com um amigo que não era deste mundo. Entrei cético e ateu…e mais que cético e ateu, entrei indiferente e tão preocupado com outras coisas que nem pensava num Deus para negar…Em pé junto da porta, busquei com o olhar o meu amigo e não consegui reconhecê-lo…O meu olhar passava da sombra à luz…dos fiéis, aos religiosos e ao altar…E se deteve na segunda vela que ardia à esquerda da Cruz (ignorava que estava diante do Santíssimo Sacramento). E então improvisamente se desencadeou a série de prodígios que com inexorável violência desmontaria num instante o ser absurdo que eu sou, para dar vida ao rapaz estupefato que nunca fui…Primeiro me foram sugeridas estas palavras “Vida Espiritual”…como se tivessem sido pronunciadas junto de mim a baixa voz…depois uma grande luz, um mundo, outro mundo de um esplendor e de uma densidade que enviam de golpe o nosso entre as sombras frágeis de sonhos irrealizáveis…a evidência de Deus…de quem sinto toda a doçura…uma doçura ativa, desconcertante, que vai além de toda violência, capaz de romper a pedra mais dura e, mais duro que a pedra, o coração humano.
A sua irrupção transbordante e total é acompanhada por uma alegria que é a exultação do salvado, a alegria do náufrago que foi recolhido em tempo. Estas sensações, que me cansam traduzir na linguagem inadequada das idéias e das imagens, são simultâneas…Tudo é dominado pela presença…daquele cujo nome não poderei nunca mais escrever sem o temor de ferir a sua ternura, aquele diante do qual tenho a sorte de ser um filho perdoado, que se desperta para aprender que tudo é dom”.
Frossard comenta: “Deus existia e era presente, revelado e mascarado ao mesmo tempo naquela delegação de luz que sem discursos nem figuras dava tudo à inteligência e ao amor…Só uma coisa me surpreende: a Eucaristia, não porque me parece incrível, mas me maravilha que a caridade divina tenha encontrado este meio inaudito para comunicar-se e principalmente que tivesse escolhido o pão fazê-lo; o pão que é o alimento do pobre e a comida preferida dos jovens…”. Frossard conclui a sua confissão com estas belíssimas palavras: “Amor, para falar de ti a eternidade é muito curta”.
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