SANTO ANTÔNIO É CASTIDADE

A virtude da castidade é a mais delicada, a mais difícil de todas as virtudes, pois que o mundo, o demônio e a carne a combatem: o mundo com os seus prazeres; o demônio, com sugestões e a carne com sua aparência. É um cristal que se quebra e perde o esplendor, é uma flor que murcha e depressa perde o cheiro, quando não a cultivada com desvelo. Por isso é difícil conservá-la e fácil perde-la. A posse desse rico tesouro é um assinalado triunfo: conservá-la entre tantos perigos é um prodígio que o céu quis operar em favor de Antônio.

Ele foi puro desde o tempo em que podia ser. Era um tempo vivo do Senhor, que nunca foi profanado: a justiça, a inocência que recebera no batismo foi os dotes que conservou até o fim de seus dias. A cândida estola da fé, com que o céu o honrou e distinguiu foi a única riqueza que possuía e amava. Uma vez no caminho da verdade,  não soube retroceder: ser puro foi nele o mesmo que o ser para sempre.  O tempo das paixões foi para ele a época dos triunfos à maneira do ouro, no meio do fogo que eles acendem. Antônio saia intacto e mais limpo; e entre os espinhos que o feriam, brilhava sempre pela fidelidade e soube defender efetivamente e conservar sem mancha a pureza de coração.

ORAÇÃO

Castíssimo Antônio, vós que tiveste o incomparável prazer de acolher melhor nos vossos braços o Deus Menino, exemplo da pureza; vós que gozando deste extraordinário e inefável beneficio em todos os pensamentos, palavras e ações, praticastes a pureza no sumo grau de perfeição, conseguindo troféus de vitória sobre as paixões que tanto faz a fragilidade humana; fazei que nossos pensamentos, palavras e obras jamais sejam maculados com a mais leve mancha da impureza, e que a castidade, a pureza igual a vossa, presida constantemente a todas as horas e momentos de nossas vidas. Assim, aquele que baixou aos vossos braços, dignar-se-á  galardoar-nos com o prêmio que prometeu aos que amam a perfeita pureza e inviolada castidade. Amém.