quinta-feira, 14 de abril de 2011

O ANJO BOM DA BAHIA

No próximo dia 22 de maio, Maria Rita Lopes Pontes, a religiosa baiana conhecida como Irmã Dulce, será proclamada bem aventurada, ou beata, 11 anos após o início de seu processo, aberto em janeiro de 2000. Vinte e um dias antes, em 1º de maio, João Paulo II se tornará beato. Os dois têm algo em comum: suas causas de beatificação são consideradas rápidas pelos padrões da recente história canônica. Ambos encarnam características dos chamados “santos modernos” que aliam o exercício pleno das virtudes heróicas ao vigor missionário e ousadia.

“Irmã Dulce é uma santa atual, pois mostra que a santidade pode ser alcançada neste mundo” destaca o cardeal D. Murilo Krieger, arcebispo primaz do Brasil. Para ele, o mais importante na causa da freira foi sua fama de santidade em vida. “Ela é um exemplo de que a santidade de Jesus é para todos e está ao nosso alcance”. O cardeal destaca que a herança deixada por alguns santos é ousada: “Eles não têm medo. Irmã Dulce teve a capacidade de despertar na consciência de muitos uma inquietação que os chamava a agir. Ela tinha a grandeza da coragem, que superava tudo para acolher o doente e o pobre dando-lhes a cura e o pão. Não importava o nível de degradação: para ela eles eram Jesus que disse: eu estava doente e você me acolheu, estava faminto e você me deu pão”.
Segundo o catolicismo, a pessoa não se torna santa; o que ocorre é um reconhecimento de suas virtudes e de seu poder de intercessão – e o conseqüente registro de seu nome no Cânone. Por isso, na análise de religiosos, o mais importante em uma causa é a fama de santidade em vida, depois da qual o candidato se torna venerável, cuja comprovação costuma ser a fase mais dura dos processos. Em caso de martírio não é necessário um milagre para a beatificação – este foi o caso, por exemplo, de Irma Lindalva Justo de Oliveira, proclamada beata em 2007.
“Houve um tempo em que a canonização era automática, não havia processo, isso ocorreu com Santo Antonio de Pádua”, destaca Padre Hipólito, o Padre “Popó” da Diocese de Feira de Santana, na Bahia. Postulador da causa de José de Anchieta, que demorou 363 anos,Padre Popó esclarece que, por volta do século XVI, o Vaticano sistematizou a legislação e tornou o processo extremamente severo. “A Congregação para a Causa dos Santos é o tribunal mais severo do mundo, não existe criminoso ou inocente que enfrente um crivo tão árduo como os candidatos a santo”, avalia. Ele acredita que, assim como a de João Paulo II e Madre Teresa de Calcutá, a canonização de Irmã Dulce deve ser ainda mais rápida que a beatificação. “Antes mesmo dela se tornar venerável já havia inúmeros registros de graças. Ela é uma grande intercessora não faltarão milagres de primeira grandeza para sua canonização”.
Confira a programação abaixo:
21 de maio (sábado)
16h – Missa no Santuário de Irmã Dulce (Largo de Roma), seguida de vigília
22 de maio (domingo)
Cerimônia de Beatificação de Irmã Dulce
Local: Parque de Exposições de Salvador
12h – Abertura dos portões
14h – Apresentação artística sobre a vida e obra de Irmã Dulce
17h – Missa de Beatificação
24 de maio (terça)
8h30 – Missa de agradecimento pela beatificação, no santuário de Irmã Dulce, seguida de carreata com a imagem da Bem-aventurada.
26 de maio (quinta)
9h – Missa no Centro Educacional Santo Antônio (CESA), em Simões Filho

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